Bom, estava eu lendo uma matéria da LOLA (para quem não sabe: é a minha revista preferida!) de fevereiro sobre memória, achei super interessante. É bom saber um pouquinho que seja, como o nosso cérebro funciona em alguns momentos né?
E acredito que uma das perguntas que guiou a entrevista com o neurocientista Iván Izquierdo da PUC-RS foi: Por que esquecemos?
Vou copiar aqui algumas perguntas que dão um pequeno resumo sobre o assunto.
"LOLA: Por que, como você diz, 'o aspecto mais notável da memória é o esquecimento'?
Iván Izquierdo: Esta é uma frase de um grande neurocientista meu amigo, o americano James McGaugh. Seu exemplo favorito é o de que você, certamente, esqueceu a maior parte da tarde de ontem... Ou da infância, apesar de ser esse o período da vida em mais aprendeu. Provavelmente também já esqueceu a terceira palavra da minha frase anterior.
Seria possível lembra de tudo? Seria saudável?
É impossível. A demonstração definitiva disso foi dada pelo escritor argentino Jorge Luis Borges. Em um conto. Funes, O Memorioso, de 1944, o personagem central tinha uma memória prodigiosa e podia lembrar um dia inteiro de sua vida. Para evocá-lo, precisava de outro dia inteiro de sua vida, até o último milissegundo. Como isso é logicamente impossível, Borges demonstrou, com esse personagem, e pelo método do absurdo, que a memória perfeita não é possível nem saudável.
Por isso é preciso esquecer?
Sim, é preciso esquecer para abrir espaço para outras lembranças. Temos muitos neurônios que fazem memórias, mas o número deles não é infinito, de modo que sempre precisamos de uma reserva livre. Também precisamos esquecer para poder viver: seria insuportável lembrar de todos os maus momentos da vida. Imagine como seria a memória dos torturados, dos que sofreram queimaduras graves, dos que perderam todos os parentes e amigos queridos em uma guerra ou em um terremoto, se não pudessem esquecer nunca, nada?"
Tem mais gente , mas ficaria muito grande.
A entrevista é muito interessante.
Espero que tenham gostado.
Bom domingo!
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